Procura-se
Uma agulha no palheiro,
Capaz de costurar cada texto
Num ritmo alucinado,
Para que não fique desatado,
E saia sem rumo certo
Em busca de um leitor
Que o abrace de verdade
Seja jovem ou meia-idade.
Procura-se
Uma mão amiga
Que não carregue espinhos,
Marcada pela labuta diária
Mas capaz de transmitir carinho,
Neste mundo tão cruel
Onde o mal se estabelece
Fazer o bem é caretice
Filosofia de quintal...
Procura-se
Aqui, ali, acolá
Uma sociedade mais justa
Onde o pobre, negro, gay possam andar
Livres do preconceito,
Onde direito seja direito
Não importa o lugar.
Entre os fios conectados
Ou entre as palhas a voar
Vou persistir,
Procurar,
Desmontar,
Até a minha agulha encontrar.
E. Amorim/ 2017