sábado, 30 de maio de 2015

A Zebra Curiosa ( infantil)

*

Era um dia perfeito
Mas aquela zebra  bonita
Apresentava um terrível defeito
A sua curiosidade infinita
Aquele mau costume não tinha jeito
Que coisa esquisita!


Todo animal que chegava
A zebra queria saber
O que fez e onde morava?
Como aprendeu sobreviver?
A zebrinha interrogava que interrogava
Dela os animais passaram a correr.


Enquanto  a  curiosa zebrinha
Olhava a vida alheia
Não se preocupava com a sua vidinha
Que passava sem pareia
Questionava até o patinho
Que nadava na hora da ceia.


Os animais em protesto
Resolveram interrogá-la
Queriam  através de manifesto
Para a zebrinha se explicar
O motivo de cada gesto,
Cor, forma, lista que ela poderia usar.


Era um tal de porquês...
Pegando no seu pé
Que lista preta! Por quê?
Responda agora se quiser...
E esta lista branca, quero saber
Por que? Zebra tem chulé?


Onde a zebrinha ia
Logo aparecia um animal
Perguntava e  sorria
Fazia a coitada passar mal.
_Como você sobreviveria
Se não fosse tão igual?


Sufocada a zebrinha correu.
Os animais confabularam em reunião...
De repente a girafa apareceu
Para resolver a situação:
_Deixe que eu descubro onde ela se escondeu.
E darei um fim  nessa questão!


A  girafa experiente
Observadora e de bom coração
_Venha zebra! Mostre para a gente
Que aprendeu a lição.
Antes, porém suba aqui na frente!
Que irá saber para que serve meu pescoção!


Surge a zebra envergonhada
Daquela situação vexatória
No pescoço da girafa fica agarrada.
 Algo que entrou para a história.
Pois a girafa deu uma  balançada.
E o chão serviu-lhe de palmatória.


                                                  
                    Elisabeth Amorim
                           (escritora que desmonta a literatura, espalhado-a pelo mundo)


*imagem da web, desmontada para literatura.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Cisne ( soneto)


Era um cisne muito lindo
Nunca vi penas brilhantes
Eram negras como a noite
Um cisne elegante.


Nadava num lago tranquilo
Como uma majestade
Sua companhia era um grilo.


Cisne negro sem igual
Não se espanta com a admiração alheia
Nada com uma perfeição fenomenal.


O cisne negro baila nas águas
Com  ritmo e melodia
Como se fosse uma bailarina
Na pontinha das asas.


                                                     Elisabeth Amorim

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O Pavão Vaidoso ( infantil)


No jardim do restaurante
De repente chegou
Uma ave elegante
Que a todos encantou.


Gostava  de chamar a atenção
Se exibia a  valer
Estou falando do pavão
E a ciumeira foi de doer.


O pavão era vaidoso
Andava para lá e para cá
Olhava o reflexo no lago
Não parava de  admirar-se.


O dono do restaurante
Tinha gato, galinha, peru
macaco, porco e... minha gente!
O homem criava até  tatu.


A presença do pavão
Incomodou a bicharada
Logo fizeram uma reunião
Para acertar as contas com o camarada.


O macaco muito esperto
Liderou a reunião
Disse que o pavão não estava certo
Em querer atrair para si toda a atenção.


Então ficou decidido  assim:
Cada animal tinha a sua vez
Só ficaria no jardim
No momento de agradar o freguês.


A vaidade do pavão
Não deixou ele concordar
Era  o macaco ir para o salão.
Ele o seguia para sua beleza mostrar.


Macaco é animal esperto.
Uma vingança prometeu
No momento certo.
O Pavão Vaidoso sua cauda perdeu.


O pavão mesmo sem o belo “look”
Não desistiu de se exibir
Postou uma foto no facebook
Para o povão curtir. 


                                                      Elisabeth Amorim

sábado, 23 de maio de 2015

Gatinho Nicolau (infantil)


Lá no pé daquela serra
Mora uma onça feroz.
Até um  gigante de medo se enterra,
Sem deixar de ser algoz.


Quer presentear a patroa
Com um casaco, numa boa.


Chega o domador Francisco
Fazendo piruetas no ar
Quer levá-la para o circo
Para  a liberdade  aprisionar.


Prendê-la numa jaula  de metal
Como se a onça  fosse seu animal.


A onça é bicho livre
Ela corre lá no morro
Prendê-la?! Deus me livre!
Se ela fugir, peça socorro!


Como sou um menino comportado
Ganhei um gatinho pintado.


O meu gato é fofinho
Seu nome é Nicolau
Ele gosta de carinho
 Depois cresceu, cresceu... sem igual.


Fico agora a imaginar
Há algo estranho com esse animal
Ele não aprendeu a miar.
Ele vive quebrando o varal.


Uau! Estou ainda sem entender
Porque Nicolau não para de crescer...


Ele não sobe no telhado
Gosta de carne da geladeira
Nicolau é muito cismado.
Com ele não quero brincadeira.

Ele cresce bem estranho.
Não acompanho o seu tamanho!



Meu gatinho virou gatão
Muito bonito e  pesado
Com um pulo, jogou-me no chão.
Fiquei triste e apavorado.


Papai, não é por mal...
Leve para o zoológico o gatinho Nicolau!


                                              Elisabeth Amorim

domingo, 17 de maio de 2015

ENCONTRO ( soneto)

*

Como pode esquecer?
O nosso encontro, nosso lazer.
Último desencontro.
Negou-me esse prazer.


Sentei-me no mesmo banco
Fiquei contando as horas
Você displicente
Não veio para mim, e agora?


Preciso mais uma vez de ver.
Solidão aperta o peito
Preciso parar de sofrer.



Fico a olhar o nosso banco
Como se fosse a primeira vez
O tempo não pára, resta-me o pranto.


                                             Elisabeth Amorim



*imagem da web