segunda-feira, 29 de junho de 2015

Presentes de Deus! ( mensagem)



Quando  tudo parece sem jeito
Para todos os lados vimos  defeito
É Deus quem corrigirá.


Quando a dor gritar mais forte
Deixando-nos sem um norte
É Deus quem acalmará.


Quando a medicina falhar
Não sabemos que providência tomar
É Deus quem  guiará.


Quando o sol se esconder
E o dia em noite se converter
É Deus quem brilhará.


Quando a força   esvair
 E  mais uma vez cair...
É Deus quem nos carrega hoje e sempre.


Enfim,  o mundo parece sem cor
Pensamos não sentir o sabor...

A vida, a natureza, você... Presentes de Deus!



Elisabeth Amorim

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Batom Vermelho (soneto)


*

Apagaste todas as mensagens
Juraste não a conhecer
Esqueceste das traquinagens
Que negaste  reviver.

O tempo passou len  ta  men  te,
E numa das curvas da estrada
Esbarra-se novamente
Com a doce namorada!


Agora a reconheceu
Lembrou-se de todos os pecados
Que um dia cometeu.


Corpos sintonizados no mesmo tom...
Aquele beijo sem igual
Deixando-lhe a marca do batom.


                            Elisabeth Amorim



*imagem da web.

domingo, 21 de junho de 2015

Lanterna ou farol? (mensagem)


Há quem goste de ser uma lanterna para nos momentos de escuridão, surgir  timidamente  com seu facho de luz focal. Uma luz temporária que forma no alvo um pequeno círculo,  deixando todo o trajeto obscuro, com apenas aquele sinal egoísta, limitado e não duradouro.
Por outro lado, há quem prefira ser farol. Não ilumina  um alvo,  pelo contrário , a sua luz é percebida a distância. Um farol à distância incomoda, assusta, clareia,  inquieta, protege,  intimida e o mais importante, o farol  guia  quem não sabe o rumo certo.
Ser lanterna ou ser farol? Lanterna  é permanecer e atuar no limite, o time que não ganha de nenhum adversário  não passa do lanterna. O farol é a muralha de defesa para combater os adversários.    
Se a luz da sua lanterna falhar, ela torna-se inútil.  Quando se opta em ser farol, há sempre luz, pois as inúmeras janelas recebem as visitas das estrelas e da lua.  
Certo dia um torcedor de um time derrotado  por vários adversários  recebeu uma  linda lição de vida.  Onde ele  ia,  alguém dizia uma piada sobre  a fraca atuação dos jogadores do seu time, chamando-o de  “Lanterna!”  Ao procurar o seu chefe, irritado com as gozações dos colegas, ouviu o seguinte:
- Há lanternas e faróis.  A lanterna precisa das sombras, da escuridão para existir, tornar-se útil. Ela só se destaca através da ausência de luz e de forma sorrateira...    O farol não precisa da escuridão para ser útil, ele já é projetado para se destacar, independente da luz.  Mesmo que o adversário não enxergue a luz do farol, ele continuará  brilhando e  enxergando o adversário a distância.  O seu time não nasceu para ser lanterna. Essa posição é circunstancial, só dependerá exclusivamente da equipe. E na vida temos opções e ser lanterna  é uma delas.
Assim, posso levar essa lição para vida. Há pessoas que aceitam a condição de lanterna com aquele brilho fraco, temporário, enquanto outras... incrivelmente iluminadas, são faróis para o mundo e para estas últimas, a  minha singela mensagem. 

Obrigada pela luz!
                                        Elisabeth Amorim

sexta-feira, 19 de junho de 2015

DEUS (poesia)


Quando estava à beira do caminho
Foste Tu que me deste a mão.
Que me chamaste de filha
Mostrando-me a solução.


Quando recebi tão dura prova
Tu ajudaste a aliviar
Lembrando-me  quem contigo andas
Não teme o caminhar.


Quando aceitei a tua mão
Minha vida mudou
Tornei uma pessoa nova
 Hoje,  grata  sou.


Quando os problemas surgem
As soluções aparecem também
Encaro a vida frente a frente
Com esse Pai que não abandona ninguém.


Quando me deste o milagre da vida
Provaste o quanto és perfeito
Mesmo que  o mundo diga “não!”
 Tu querendo... mostras outro jeito.


Quando apaixonei-me por Ti
Tocaste a minha  alma
Hoje sou tua serva, não nego.
E  essa paz que vem de Ti  me acalma.


Finalmente tu me escolheste
No meio da multidão
Como uma fonte de água viva
Lavaste o meu coração.

                                    Elisabeth Amorim

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Antropofagia ( prosa poética)


*

     Pensa que estou sozinha? Nada disso. Sempre busco um ombro amigo para juntos desmontarmos os cenários prontos. E Modernismo é isso, uma ruptura constante. Desde a Semana de 22, esse choque da cultura e contracultura acontece,  para no final das contas sermos engolidos pelas convenções culturais. Afinal, é o cânone quem manda no pedaço. 
     E não se assuste com essa frase “só a antropofagia nos une”,  Oswald já se manifestou há muito tempo sobre isso.  Agora, quero alguém que ouça a minha história de luta e discriminação mais velha que o mundo. 
    Eu poderia ser mais uma daquelas operárias da fábrica que minha patroa representou, mas não sou. Ela quis homenagear-me de uma forma especial. Apresentando para o mundo um dos meus atributos.   Mostrar  que  negras  sempre trabalharam. Muitos brancos já mamaram em nossas tetas, não era assim que nos viam? Uma ama de leite! Uma negrinha boa de cama! Com minha patroa não, ela sempre olhou além das lentes sociais. Ela tinha  o toque poético no olhar. Pintou-me sensual e solitariamente.
   Em 1923, fui  “A negra” de Tarsila do Amaral. Cinco anos depois, apaixonei-me por ele, o meu  Abaporu. Foi amor à primeira vista, a imagem dele chocava o mundo, eu não ligava, amava-o em silêncio, achava que minha patroa fez ele para mim. Não me conformei quando o  “abaporu” foi dado de presente para Oswald, o Andrade.  Sabia que aquilo era amor.  Um amor tão forte e tão canibal que um ano depois...
   Não deu outra, minha patroa e artista predileta nos retratou juntinhos, lembro-me de 1929 como se fosse hoje.  Estávamos no nosso momento de deleite. Uma negra amando aquele Abaporu tão diferente, nas mãos da artista tornamo-nos iguais. E  aquele nosso encontro tão íntimo, onde a perna dele  encostava suavemente no meu seio... Flash!  
Ele, o mundo inteiro conheceu, enquanto eu, não passei da negra velha que o abaporu deu uma  xavecada. 
E a antropofagia aconteceu.


                              Elisabeth Amorim


*Tarsila do Amaral,  Antropofagia, 1929. ( disponível na web)

sábado, 13 de junho de 2015

Quando o vento parar... (poesia)


*

Quando o vento parar...

Estarei aqui
No mesmo lugar.


Quando o vento parar...

Talvez eu tenha mudado
Talvez eu queira ficar.


Quando o vento parar...

Não precisarei agarrar minha saia
Você não terá para onde olhar.


Quando o vento parar...

Darei o meu melhor sorriso
E os seus braços irei buscar.


Quando o vento parar...

Acalmarei o seu medo
E em sua mão irei segurar.


Quando vento parar...

Não terá mais desculpas
Para me abandonar.


Quando o vento parar...

Subirei para o céu
Para uma estrela pegar.


Quando o vento parar...

Quando o vento parar...
Quando o vento parar...


Parou? Parou.
Agora só nós dois.
E o sopro do amor.




E. AMORim



*imagem da web

segunda-feira, 8 de junho de 2015

SAUDADE

*

Quando dei por mim
Estava assim
Pensando em ti
Vivendo essa angústia sem igual
Tudo isso, afinal
Por conta dessa saudade sem fim.

                                       
                               Elisabeth Amorim

*imagem da web

domingo, 7 de junho de 2015

Devolva-me ( soneto)


Quão ingênua fui
Aninhei  em teus braços
Desfiz dos meus laços
Sonhos sonhados sonhei.

Puxaste o tapete
Jogando-me no chão
Escondeste a mão...
Chorei, sorri, levantei-me.

Agora quero vingança
E os doces abraços?
Desfeita  a  aliança.

Crime e  vil castigo
Cobro com juros agora
Abraços e beijos sem demora.

                                                   E. Amorim


quinta-feira, 4 de junho de 2015

Anjinho (reflexão)

*

Encontrei um anjinho
Bonito e faceiro
Pelo seu jeito de se comportar
Parecia ser estrangeiro
Leu o meu recadinho
E espalhou para o mundo inteiro.


Não pedia nenhum dólar
Nem muito menos real
Queria apenas que alguém
Fizesse algo especial
Compartilhasse a  literatura em rede
Como se fosse algo normal.

Já estava conformada
Com esse meu jeito “esquisito”
Escrever para quem?
Se ninguém achava bonito.
Quando pensei em desistir
O anjinho disse em sonho: -“ Eu acredito!”


O anjinho me falou
Que um dia o milagre vem
Não queira adiantar
O tempo que Deus tem
Marcado para cada um
Presente na vida de alguém.

Ele também revelou
Que em cada cantinho
Existe sempre  alguém
Observando-nos com carinho.
Uns tímidos outros nem tanto
Mas orando como um  anjinho.

Tentei saber o porquê
Os anjinhos se escondiam
Nunca via nenhuma  face
Nem de noite nem de dia
Eram  seguidores assíduos
Mas nenhuma palavra eles diziam.


   O anjinho sorriu então
Da  minha curiosidade  atoa
Mostrou-me que nessa vida
 Levamos só  coisa boa
Não importa se moramos no Japão
Ou às margens de uma lagoa.


E mais uma lição
Com o anjinho aprendi
Seja você  estrangeiro
Estados Unidos, Indonésia ou Haiti
Quando estender a sua mão
Ela chegará lá ou  aqui.


Ele me mostrou
O sentido de tudo que faço
Não importa se você curte
Ou não gosta de abraço.
Faça a sua parte
Transformando  nós  em laços.

Outra coisa que o anjinho
Não deixou de me contar
Seja você do Brasil
Ou de outro lugar
Se DEUS quiser agir
Pode sua vida transformar.


Depois de cumprir a missão
O anjinho bateu as asas e se escondeu
Antes,  disse-me claramente:
Espalhe esse dom que DEUS lhe deu
Quando pensar que estou de fora...
ELE assumiu o posto que era meu.

                            Amém.

                              Elisabeth Amorim




*imagem da web.

A GIRAFANTE ( infantil)


Era uma vez...
Uma girafa muito legal
Com um pescoço privilegiado
Olhar o infinito era normal
Mas conheceu a Zebra Curiosa
E ao imitá-la se deu mal.

Como era a mais alta
E a mais bonita do lugar
Começou a sentir-se diferente
Queria a atenção chamar
Até que surge um elefante
Que tentou naquela selva morar.

Ao saber da situação
O elefante logo falou:
_Girafa você é tão linda!
Que não precisa de nenhum andor.
Esqueça esse salto alto
Já vi animais que ele derrubou.

A girafa muito arteira
Com senso de humor galopante
Logo pensou  que era besteira
O que ouviu do elefante:
_Ele quer o meu lugar
Só que me tornarei um gigante.

Com um apetite voraz
Come tudo que ver
Pão, salame, ovos, lasanha, salsicha, carne...
Até comida baiana com azeite de dendê
Enquanto o elefante assustado
Olhava a cena sem  entender.

Um mês depois...
Eis o resultado final
Depois do período da engorda
Surge na selva um novo animal.
Apresento-lhe a GIRAFANTE
Metade girafa. E  a outra metade?
Ah, elefante, pessoal!

Meu pequenino leitor
Preste bem atenção
Coma alimentos saudáveis
Para melhor digestão.
Evite alimentos gordurosos
Mas se não resistir... que tal  depois uma malhação?



                                         Elisabeth Amorim

                                               (Se gostou, por favor. divulgue e se não gostou...                                              DIVULGUE do mesmo jeito)