segunda-feira, 3 de julho de 2017

A festa acabou...


Não existem lâmpadas nas praças,
 Todos  os enfeites juninas já retiradas.
Portas já foram tomadas de assalto.
E a segurança pública falhou.
Cadê o José? Cadê a Maria?
José morreu de frio, uma morte Severina.
Do trio elétrico não sai nenhum chorinho.
A festa acabou...

Quando a festa acaba,
Copos, garrafas, sonhos...
No chão.
Não posso gritar
Continuo amordaçado,
Ferido, invisível.
Queria chegar até o mar,
Mas falta transporte publico.

Resta o quê?
Gemer,
Sofrer,
Tremer.
Porque a festa acabou,
E nesse friozinho de inverno,
Sem forró nem arrasta-pé
Sem o meu José, vivo nessa agonia
              Que falta sinto de um cobertor.
              E continua minha vida Maria.


                 Elisabeth Amorim

2 comentários:

  1. E a saudade que deixa quando a festa acaba???? Muito profundo seu poema, adorei!!! Beijos e semana maravilhosa!!!

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