Elisabeth Amorim
Beatriz Sarlo escreveu com precisão
“O passado é
conflituoso”
A história e a memória
Às vezes na contramão
De um passado bem presente
Retratando cada visão.
Para o grande Beneviste
Passado: construções
Ele escraviza ou liberta?
Visões globais? Já que insiste...
O círculo fechado hermenêutico
Que unia a reconstituição dos fatos... abriste.
O princípio organizador
Esse tem grande influência
Sobre acontecimentos da história acadêmica.
Enquanto por muito tempo se notou
Relatos das histórias das massas
Enquanto a história acadêmica ignorou.
A Guinada Subjetiva aconteceu
Finalmente os relatos foram reconhecidos
Narrativas orais, cartas, conselhos, orações...
Até o diário, um outro olhar recebeu
E novo sujeito na história
A autobiografia promoveu.
De olho no “ grupo da exclusão”
Cientistas sociais e historiadores
Queriam um detalhe
excepcional
Preocupados com a tal “legitimação”
Michel de Certeau ao acompanhar
operários de uma fábrica
Revelou as “tretas dos fracos” na arte da invenção.
A história de vida cotidiana
Une-se com história da academia
Há uma renovação total
A história oral não se engana
O “eu” hoje é testemunho reconhecido
Capaz de levar
terroristas do Estado em “cana”.
O recado já foi dado
Memória, SARLO disse: "é campo conflituoso"
Lembrar ou esquecer os crimes nazistas?
Olhe criticamente para o passado
Ele nem sempre é libertador
O testemunho conserva a lembrança ou repara o machucado...
* Poema a partir da leitura do ensaio de BEATRIZ SARLO, Tempo Passado, retirado do livro TEMPO PASSADO: CULTURA DA MEMÓRIA E GUINADA SUBJETIVA. Editora Companhia das Letras, São Paulo.
** Vítimas de Auschwitz
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