quarta-feira, 22 de junho de 2016

Ao som da sanfona


De repente sou incomodada pelo barulho,
Quadrilha na praça!
Forró arrasta-pé ao som de uma sanfona,
Não preciso  sair de casa para participar
A festa chega até aqui, indiscreta.
Em meus ouvidos pega carona.

Tento concentrar-me,  nada.
O cheiro de acarajé invade o meu nariz.
 Parece animado o forrozão,
A sanfona é abusada...  não para de gritar.
Desisto,  e rendo-me a esse barulho sem cessar,
Comemora-se o São João.
Num período caótico do país
Onde a palavra da moda é corrupção.
Ouço agora: “É proibido cochilar!”

Como posso dormir, então?
Ouço um  Rio  gritando: - Socorro!
 A Cidade Maravilhosa em colapso,
Estamos vivendo um momento de recessão.
Com olimpíadas de lá e  de cá o São João,
Precisamos dessa sanfona,
Esquecemos problemas do morro...
Panelas a procura  do feijão,
Se a sanfona parar, o trio elétrico invadirá a festa.
 Carnaval sem  educação?!



sábado, 11 de junho de 2016

Meu Amorim (homenagem)




Tantos anos de união,
  Eterno namorado, amante, companheiro,
Tenho guardado com carinho,
Os frutos da nossa paixão.
Quantas tempestades já passamos?
Amigo, amor, irmão...
Ao meu lado em qualquer direção.


Meu Amorim, 
 Grande amor em mim.
Fomos feitos um para o outro,
Sabes quando estou triste ou alegre,
sorrindo ou chorando...
Consola-me.
Conhece-me como ninguém.
É contigo que tenho abrigo.
E ao teu lado me sinto bem.


Meu maior presente, Deus me deu:

Você!

   Elisabeth Amorim



Soneto da desilusão


Não negue! O momento foi  intenso,
Guardo na memória,
Cada detalhe, palavras ditas, pensadas,
Silenciadas por seus beijos.


E pensar que tudo não passou de ilusão.
Desastrosa  a nossa separação,
 Acreditei em contos de fadas.
Mas, só conheci monstros, vampiros...  restaram  o quê?


Um amor sem a reciprocidade.
 Só  sente quem conheceu a Dona Saudade.
Eu sem você.

Às vezes, te via  sorrindo,
Entregando-se a outra  por inteiro,
Fiquei apenas com a metade da noite sem lua.

                                                    E. Amorim


*imagem apenas ilustrativa e inspiradora.




Feliz Dia dos Namorados!





terça-feira, 7 de junho de 2016

O homem que aprendeu a amar (cordel)

*

Dizem as más línguas
Que havia um homem muito durão,
Caprichoso e intolerante,
Brigava por qualquer situação.
Mas por onde passava,
Nenhuma tampa sua panela aceitava.

Tentar encontrar uma parceira
Era coisa fenomenal.
Pois por conta do gênio difícil
A mulherada aproximava, porém passava mal.
Despedia-se e bem depressa fugia,
Enquanto o homem nunca sorria.

Dizia que toda  mulher era chata,
Criadora de problema certeiro,
No entanto, nunca se preocupava
Em fazer uma autoanálise primeiro.
E sua vida a passar,
Sem uma boca para beijar...

Sem praticar o abraço,
Esqueceu como  abraçar
Sem praticar o beijo,
Esqueceu como beijar.
Só não se esqueceu da antiga namoradinha,
Que o abandonou por causa de uma briguinha...

A saudade bateu,
Mas o homem  arrogante
Dizia que ele sozinho se bastava,
Não precisava de mulher ignorante.
Ele não percebia o drama pessoal,
Vivia enjaulado e  rosnando  como animal.

A choradeira do homem,
Incomodou a vizinhança,
Pois todos o conheciam
Como um homem seguro e de confiança.
Mas a sua lamentação,
Merece  a transcrição...

“_ Mulher boba, me deixou,
Agora fiquei na solidão
Só porque fiquei nervoso,
E dei  apenas aquele empurrão...
Tapa de amor  não dói para valer.
Precisava a polícia me prender?


Depois de pagar fiança
Ainda fui fichado
Por bater numa mulher
Esse ser lindo e abençoado.
Agora que devo fazer?
Para de novo voltar a viver...

Confesso, o bobão sou eu
Que nunca a valorizei
Deixei o meu egoísmo falar alto
E da minha vida  a expulsei.
Aqui estou a confessar
Serei outro homem se ela voltar.

Vou cobri-la de amor.
Enchê-la de carinho
Livrarei dessa dor,
E em seu ouvido direi baixinho...
Não me deixe tão sozinho!


               Se ela voltar para mim
               Amarei a noite inteira,
               Para que ela  nunca sinta falta,
               Do nosso sexo de primeira.
               E se ela duvidar dessa minha paixão,
               Darei  rosas, margaridas, cravos...de montão."

                                 E.A.




 *apenas ilustrativa. 

domingo, 5 de junho de 2016

Recadinho do Sol


As estrelas brilham de amor,
Formando casais românticos do céu.
Enquanto a Lua cheia
de problemas, minguava.
Apaixonou-se pelo Sol.
Nunca se encontravam.

O Sol também era apaixonado pela lua,
Temia não ser correspondido.
Lua Nova!  Esperança de um dia se encontrarem.
Sol inteligente e romântico,
Queria  no céu arranjar um cupido.

  É tempo de amar.
O destino traçou as  linhas tortas,
Vivo o dia para brilhar.
À noite, ela a encantar.
Sol confabulou com as nuvens
E finalmente resolveu se declarar.

A Lua minguante,
Definhava de cabeça baixa,
Vigiando os namorados com inveja,
Tornou-se reclusa durante o dia,
Porque não se sentia importante.

Lua crescente de amor.
Só olhava para o chão,
E não viu o que o Sol produziu
A mais bela declaração...

Mas um vento forte no caminho,
Desfez as nuvens de algodão
              E o sol se pôs...
              Deixando no céu o recadinho.


              As nuvens em coração,
              Esse o vento não carregou.
              E a Lua perdeu a chance
              De extravasar sua paixão. 

                                           E. Amorim

                  
                          Feliz Dia dos Namorados!

               até 12/06 só romantismo...
             
              
   



sexta-feira, 3 de junho de 2016

A chuva (soneto)


A chuva rompe nosso silêncio.
Chove também dentro de mim.
A água lava a calçada vazia.
A noite parece não ter fim.

Nossos corpos unidos,
Nenhuma  promessa nem aliança,
Um momento fugaz na memória,
Que doce lembrança.

Um amor sem barreira,
Numa noite de chuva,
Viver a vida inteira.

E a chuva passou...
Limpou todos os vestígios,
Da nossa noite de amor.