quarta-feira, 22 de junho de 2016

Ao som da sanfona


De repente sou incomodada pelo barulho,
Quadrilha na praça!
Forró arrasta-pé ao som de uma sanfona,
Não preciso  sair de casa para participar
A festa chega até aqui, indiscreta.
Em meus ouvidos pega carona.

Tento concentrar-me,  nada.
O cheiro de acarajé invade o meu nariz.
 Parece animado o forrozão,
A sanfona é abusada...  não para de gritar.
Desisto,  e rendo-me a esse barulho sem cessar,
Comemora-se o São João.
Num período caótico do país
Onde a palavra da moda é corrupção.
Ouço agora: “É proibido cochilar!”

Como posso dormir, então?
Ouço um  Rio  gritando: - Socorro!
 A Cidade Maravilhosa em colapso,
Estamos vivendo um momento de recessão.
Com olimpíadas de lá e  de cá o São João,
Precisamos dessa sanfona,
Esquecemos problemas do morro...
Panelas a procura  do feijão,
Se a sanfona parar, o trio elétrico invadirá a festa.
 Carnaval sem  educação?!



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