terça-feira, 7 de junho de 2016

O homem que aprendeu a amar (cordel)

*

Dizem as más línguas
Que havia um homem muito durão,
Caprichoso e intolerante,
Brigava por qualquer situação.
Mas por onde passava,
Nenhuma tampa sua panela aceitava.

Tentar encontrar uma parceira
Era coisa fenomenal.
Pois por conta do gênio difícil
A mulherada aproximava, porém passava mal.
Despedia-se e bem depressa fugia,
Enquanto o homem nunca sorria.

Dizia que toda  mulher era chata,
Criadora de problema certeiro,
No entanto, nunca se preocupava
Em fazer uma autoanálise primeiro.
E sua vida a passar,
Sem uma boca para beijar...

Sem praticar o abraço,
Esqueceu como  abraçar
Sem praticar o beijo,
Esqueceu como beijar.
Só não se esqueceu da antiga namoradinha,
Que o abandonou por causa de uma briguinha...

A saudade bateu,
Mas o homem  arrogante
Dizia que ele sozinho se bastava,
Não precisava de mulher ignorante.
Ele não percebia o drama pessoal,
Vivia enjaulado e  rosnando  como animal.

A choradeira do homem,
Incomodou a vizinhança,
Pois todos o conheciam
Como um homem seguro e de confiança.
Mas a sua lamentação,
Merece  a transcrição...

“_ Mulher boba, me deixou,
Agora fiquei na solidão
Só porque fiquei nervoso,
E dei  apenas aquele empurrão...
Tapa de amor  não dói para valer.
Precisava a polícia me prender?


Depois de pagar fiança
Ainda fui fichado
Por bater numa mulher
Esse ser lindo e abençoado.
Agora que devo fazer?
Para de novo voltar a viver...

Confesso, o bobão sou eu
Que nunca a valorizei
Deixei o meu egoísmo falar alto
E da minha vida  a expulsei.
Aqui estou a confessar
Serei outro homem se ela voltar.

Vou cobri-la de amor.
Enchê-la de carinho
Livrarei dessa dor,
E em seu ouvido direi baixinho...
Não me deixe tão sozinho!


               Se ela voltar para mim
               Amarei a noite inteira,
               Para que ela  nunca sinta falta,
               Do nosso sexo de primeira.
               E se ela duvidar dessa minha paixão,
               Darei  rosas, margaridas, cravos...de montão."

                                 E.A.




 *apenas ilustrativa. 

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