sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Sem resposta














Por mais que sabemos que Deus é o Senhor de todas as respostas, insistimos em  buscar nos homens algumas, como não chega  a resposta ou surge de forma violenta, enviesada, nos frustramos.  Quando mudamos o alvo,  esquecemos de analisar  o que Deus  preparou para aqueles  que acreditam que o Seu Poder e misericórdia é infinitamente maior que o esperado. 
Às vezes a situação é tão adversa, contrária da desejada, mas Deus é a calmaria. Ele consegue acalentar o coração agitado, inquieto.  Em meio a turbulência,  pensamos que surgirá uma luz, uma mão estendida.  Irmãos, Deus é a Luz, o  Guia dos passos e ilumina a escuridão.  E é dessa mão que precisamos todos os dias ao levantar...  
E recentemente ouvi “ descanse no Senhor, pois Ele tem todas as respostas”. Verdade.  Lembro-me de quantas vezes fazia planos e não  colocava Deus no centro.  Achava que o planejamento por si mesmo, bastava,  e meus sonhos se frustravam misteriosamente, em momentos que tinham tudo para prosperar.  Situações pelas quais estava em  comemoração de  vitórias que nunca chegaram.  
Hoje estou tranquila, pois sei que Deus tem todas as respostas. E não fica uma situação sem que Ele deixe sem resposta. De uma forma ou de outra ela chega até nós.  E como sabemos que o agir de Deus é tão intenso e favorável para aqueles que acreditam,  o “não” dEle é para o nosso bem, o “não” é para nos dizer que o “sim” no futuro será infinitamente melhor.  O  homem pode falhar nas avaliações, julgamentos, decisões,  mas a avaliação de Deus para conosco não falha.  Deus nos liberta ou condena pelos nossos atos.  Somos responsáveis pelo que fazemos. 
Foram tantos momentos difíceis passados,  recordo-me de que passei anos estudando para seleção de emprego público,  preparadíssima, no dia e local da prova, meu nome não constava na lista de inscritos... Entreguei ao Senhor, não fiquei sem resposta.  Mestrado? Não conto às vezes que submeti a seleção,  chegando a estudar  6 horas diárias, mas  no dia da prova, o inusitado acontecia: doença, perda de transporte,  confusão na análise, atritos entre prováveis orientadores... Descansei  no Senhor, não fiquei sem resposta. 
Muitos nem imaginam que muitos dos meus textos, principalmente as mensagens escritas em  2015 saíram de dentro de um hospital, incrível, não? Na dor, no desespero, na luta pela vida de um ente querido, vinha a necessidade de  escrever, descansar após horas em claro, buscar uma resposta para  entender o porquê alguns passam por tantas provações...   E todas as vezes que busquei em Deus a força que precisava, Ele não me deixou sem resposta. 
( Elisabeth Amorim, Sem resposta/2016)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Carpe Diem

E. Amorim


Quanto tempo me resta neste jardim?
A vida é como um copo de cristal
 O seu uso   para o amanhã especial
 Planos  desfeitos, trincados.
Espatifados  no chão. Carpe diem .

O hoje não é bem  vivido,
Compartilhado.
Hoje é passado em branco
Ou em preto?
Em menos de um minuto, um filme  destorcido.


Pensamos que temos todo o tempo do mundo
Adiamos rebobinar  para as correções.
O pegar a borracha, o corretivo,
O  espelho...
 Olhares enviesados do submundo.

Qual o nosso tempo nessa rede?
Que historia  deixaremos?
Com quem  dividimos os  sonhos?
Por quê? Para quê?
As incertezas nos jogam contra a parede.


Só tenho a frente  paisagens bonitas
 Quanto a vida é preciosa!
Como foi bom acordar com o Sol no rosto.
 Preciso declarar o meu amor
Por esse DEUS de vitórias infinitas.

E quando   surge  inquietação?
É na pontinha do mar ao longe que pego carona.
E o céu  com as nuvens em festa me olha enciumado
Faz bichinhos de algodão para me alegrar
Eles  invadem a  varada do meu coração.
                                  
Em silêncio a dor não mais ameaça
Conto-lhe  segredos d’alma
Rimos desses  rabiscos sem nexos
E como um passe de mágica
A tristeza foge... a vida me abraça.



quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Suave Veneno


Julgaste-me    sem  conhecer
Esqueceste  das  artimanhas do lugar
Aqui, ali ou acolá
Há flechas querendo-nos  abater.

Que esperavas afinal?
Fugiste de mim
Acreditaste que eu era assim
Um anjo diabolicamente mau.

Minha historia?!  Quanta especulação!
Somos  o que queremos  ser.
Deixo a vida correr
Sem atalhos ou  contramão.

Sigo  de cabeça erguida
Com um coração cheio de amor
Sempre tive valor.
Agora a consciência que lhe castiga?

Volta o filme rapidinho
Procurando-me  em cada esquina
Talvez,  em busca daquela menina
Que negaste colo e carinho.

Não! Não  estava no seu plano,
A menina precocemente cresceu.
Mesmo sem apoio, sobreviveu
E faz versos do lamentável  engano.

 “Era uma vez...”   um  toque
De uma história triste que ficou para trás
 Indiferença não me atinge mais
 Porque nem tudo tem retoque.

De um jeito ameno
O vento levou...
 Garanto-lhe, nada  restou,
 Daquele suave veneno.

                                          Elisabeth Amorim

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A lição de um pequeno príncipe (mensagem)



Às vezes lutamos para sermos compreendidos.  Queremos do outro os aplausos, o reconhecimento, a gratidão... Será que nessa busca desenfreada pelo olhar do outro sobre nós nos lembramos de  que precisamos também compreender? Será que a vida que construímos merece algum aplauso? E ainda mais uma questão crucial, somos gratos pelas vitórias conquistadas?
Já ouvi algumas pessoas falarem que a única coisa boa que tem no livro de  Antoine  de Saint – Exupéry, lançado desde 1943 e ainda hoje continua inspirando-nos e promovendo mais uma reflexão se resume nesta frase: “ tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” De imediato, paro e penso, acho que não lemos o mesmo livro.
Pois pela minha lógica, talvez, desmontada, pois sou fã da literatura, não importa se é marginal ou clássica, leio não apenas com os olhos,  mas com o coração também. E todas as literaturas  lidas aprendo várias lições.  E nessa “única coisa boa” apontada,  eu vejo  bem além. Cativar é um dos verbos de ação mais difícil. Cativar é não é apenas olhar, mas enxergar o não visível. Tocar-se com a alegria ou a dor do outro.  Cativar é amar. É ser solidário com o outro. Compartilhar. Ser cúmplice numa boa ação.  Nós só nos responsabilizamos pelas pessoas que nós amamos. Apesar de Cristo ensinar a amar os inimigos,  acredito que não chegamos nesse estágio ainda. Quem sabe um dia?
Quando o pequenino fez o seu desenho e ninguém entendia,  não abraçava nem acertava a direção que ele queria chegar... é mais uma lição de vida. Quantos  rabiscos são incompreendidos aos olhos alheios, mas cativados pelos nossos amigos? Quantas ações que tomamos e quebramos a cara?  E quantas vezes  o abraço surge de onde se menos espera? De uma raposa qualquer tão carente de abraço quanto nós, humanos, racionais, inteligentes...
Talvez a minha defesa esteja equivocada pela minha relação com as letras, porém não consigo ficar indiferente diante do diálogo entre a flor e o pequeno príncipe. Um diálogo, talvez imperceptível para alguns leitores, mas para mim, poético e animador.  Por quê?
Porque na  vida  muitos buscam o reconhecimento, ser cativado,  todavia   se esquecem de cativar. Muitos querem a vitória sem no entanto passar pelas lutas, pela trajetória percorrida pelo vencedor. E que tal começar o dia, mês, ano pensando e agindo diferente?   Ah, sabe o que disse a pequena flor?
“ É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.”
Lindo, não? Olhamos apenas para as borboletas, a suavidade do voo e não  refletimos o quanto foi difícil lançar-se no espaço. E quantos foram cativados ao longo do caminho, afinal, fica mais essa lição: “ amar não é olhar um para o outro, mas olhar juntos  na mesma direção”.
Essa é a minha forma de agradecer a parceria em 2015, por seguir-me sem às vezes saber a direção tomada, porém juntinhos estamos divulgando a literatura. Paz e um beijo em seu coração.

                                          Elisabeth Amorim