sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Reversos
NEM tudo que ouço, lembro
NÃO preciso de palavras ao vento...
O que ganhas em agredir?
FAÇA mil versos de dor
DEVOLVO-TE mil e um reversos de amor.
PRECONCEITO
DISCRIMINAÇÃO,
INJUSTIÇA,
DIFAMAÇÃO?
NÃO! Não e Não!
AS vãs tentativas para me magoar
RECEBERÁS das minhas ações
CONJUGAÇÃO esquecida na gaveta
VERBO amar!
HOMENS brigam por motivos menores
HUMANIDADE em constante tensão
GUERRA virtual ameaça o mundo
REFLEXO da perda do cidadão.
É a tecnologia de ponta cabeça
PARA você sempre em off line
SILENCIAREI em sua presença
NEM seu nome eu lembrarei
SE não nos conhecemos
QUE tal praticar outra conjugação?
VIVERÁS em paz contigo
EU perdôo
TU perdoas?
ELE perdoa... E
NÓS agradecemos os reversos que farás em nossa vida.
E. Amorim/ 2013
* Célia Marilsa, Casal.
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Auschwitz*
É tão fácil impor,
Negar,
Apagar,
Difícil é aceitar o diferente...
Sem humilhar nem discriminar.
_Judia não, doutor!
Chega de Auschwitz, já!
Holocausto da dor.
Sodibor, Treblinka...
Fumaça maldita que o vento espalhou...
Quantos judeus?!
Quantos ciganos?!
Homossexuais, deficientes,
Testemunhas de Jeová...
Torturados ao extremo
No campo, como uma rosa secou...
_Judia não, doutor!
Corpos coisificados,
Numa mórbida concentração
Barbárie humana
Farrapos amontoados no chão.
_ Judia não, doutor!
Como apagar a dor da imposição?
Em nome de quê?
Política? Etnia? Sexo? Religião?
Provas do massacre humano
Vistas numa Auschwitz...
_Invasão! Invasão!
Tão vermelho aquele exército
Quanto o sangue espalhado pelo chão.
Liberdade para as vidas “esqueletizadas”
Torturadas, humilhadas e
privadas de pão.
_ Judia não, doutor!
Onde cobaias da insensatez,
Ossadas e câmaras de
gás...
E outras marcas da judiação.
70 anos depois...
Dizem não!
Inveja
Não te vejo
Mas estás perto de mim
Silencioso como uma sombra.
Sonhas comigo, mas não se entrega
Lutas bravamente contra o seu medo
Medo de mim?
Não de você mesmo.
Medo de amar e ser amado
Querer e ser querido e...
Fugir para os meus braços.
Que inveja tu sentes
Do meu cobertor.
Elisabeth Amorim/2013
*Imagem da web.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
A troca de cruz ( mensagem)
Quantas vezes achamos que a nossa cruz é mais pesada e injusta? Não queremos refletir os nossos atos, mas passamos boa parte da nossa vida nos
preocupando com as ações alheias. E quase sempre
assumimos o papel de vítima. E mesmo atuando no Big Brother real, cenário no qual estamos
inseridos, tem momentos que esquecemos
as câmeras, e paramos diante do nosso espelho da vida para as perguntas: O que
estou fazendo aqui? Será que meu papel
não foi trocado?
Não! Por mais difícil que seja o caminho, por mais pedras que encontramos,
creio num Deus poderoso e justo . E
recebemos aquilo que merecemos, conforme a vontade Dele. Sei o quanto é difícil aceitar os obstáculos, nem precisamos aceitá-los, basta fazer deles
alvos a serem superados. A minha noite em claro, não foi em vão. Eu
precisava passar essa mensagem para você. Ela é sua! Ela é minha, ela é de quem
acredita que não estamos aqui de passagem.
Viemos para o mundo para deixar
pegadas, não na areia, pois rapidamente as ondas apagam, mas no coração aberto para o bem.
Parece simples, mas às vezes ficamos clamando pela justiça de Deus, como
se tivéssemos o direito de exigir a sua presença, resposta imediata à ação.
Esquecemos que Ele já está agindo. Ele já está no comando e dirigindo toda a
nossa vida. Só a título de ilustração,
socializo um fato que recentemente se sucedeu:
Uma mulher estava acompanhando seu esposo em uma clínica médica, na
qual ele passaria por um procedimento de uma biopsia. E durante o tempo que ele
se manteve internado, a esposa orava e pedia a Deus para intervir dando-lhe a vitoria.
No entanto, depois de uma hora e
meia as enfermeiras passaram a chamar a
presença dos acompanhantes dos pacientes internados. Ao perceber que eles voltavam conduzindo os respectivos pacientes liberados,
a mulher se inquietou. E começou a cobrar de Deus uma resposta, pois ela não
fora chamada. E naquele momento ela queria ser a próxima a ser chamada para
sair também amparando o seu esposo ...
Depois de algum tempo, aparece o seu esposo sorrindo. E ela fica assustada, pois imaginou que o
exame teria sido adiado, já que ela não fora chamada para ajuda-lo descer os
degraus de uma escada... E ao questionar:
_Como você está liberado?! Os outros acompanhantes foram chamados... E por que eu não fui?
E ele sorrindo disse:
_Porque quem estava me acompanhando foi Deus. Eles foram chamados porque não conseguiram andar sozinhos... Mas nós que
temos Deus no coração nunca estamos sozinhos.
É isso, caro leitor. Mesmo triste, procure não se lamentar, não
questionar o tamanho da sua cruz e nem queira trocar pela do seu vizinho. Deus
age em silêncio. Ele faz a troca conosco quando percebe a nossa fragilidade e
quão pequena é a nossa fé.
Elisabeth Amorim
Brasil/Bahia/2015
sábado, 24 de janeiro de 2015
Fênix
Pássaro
ferido, abatido
Asas
quebradas, dominadas
Coração
partido, sofrido.
Capturado,
Domesticado,
Anulado.
Vigilância,
cativeiro fechado.
Canto
negado.
Pequena
abertura na gaiola...
Das cinzas o
pássaro assustado alça voo.
Cambaleante,
Rastejante.
Impressionante.
Deixando
muitas penas no caminho...
Voe Fênix!
Use a sua força de gigante.
E. Amorim/2015
* imagem da web, apenas ilustrativa.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Mulher, estrela solitária
Branca,
negra, índia...
Que importa
a sua cor?
Alguém retira
da mulher essa dor
Que se chama
discriminação?
Europeia, asiática, americana, africana...
Que importa
o lugar?
A mulher
vive sua rotina
Com seu rico
fardo a carregar.
Saúdo a mulher
que luta
Mesmo marcada
pela humilhação
Foge das garras do malfeitor.
E para a desmedida discriminação,
Seja da
religião ou até da cor...
Desde o
período da escravidão
Tocada pela
força do amor
A mulher diz:
Abaixo a nossa anulação.
Católica,
judia, mulçumana, ubandista, protestante...
A mulher faz
a historia
Mesmo de pés
no chão,
Ó doce
mulher!
O medo no olhar e o desespero na memória
É uma
heroína gigante...
A estrela solitária mais linda de uma nação.
E. Amorim
Imagens: 1: Irene Metetieri, Mujer Afgana
2: Maurício Fortunado Araujo, hqdefault
3: Nerigha, Índia com colar
domingo, 18 de janeiro de 2015
Instabilidade
Ontem quis o vento
Hoje quer a chuva
Molhando o corpo inteiro
Até os pensamentos
Quer um sol brilhante
Numa praia desejada
Debaixo do barracão
Vendo a chuva sonhada
Molhando o corpo inteiro
Até seu coração.
Quer chorar, quer sorrir
Quer ficar , quer partir
Beija hoje para amanhã cuspir
Para cima?!
Agride e pede perdão...
Molha a cara, amigão!
Resta-lhe o quê?
P a r
ti
da
Triste
Sentimento expulso de mim.
Abrace a solidão!
Enquanto fujo do vento
Brinco com as estrelas,
Pego carona com o trovão
Que insiste em invadir as trevas
Pelos raios que cortam a imensidão
Do seu instável pensamento.
E. Amorim /2013
* Bao Pham, Mulher fantasia
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