sábado, 7 de maio de 2016

Se a esperança encontrar...

             
*

          Caminho, caminho e percebo
Passos que deixaram marcas
Numa areia fria e branca,
Dizem  “quem trabalha,  alcança...”
 Mas as ondas rapidamente apagaram.
Até o vestígio da esperança.


Volto a fazer a mesma trajetória
Novos passos na areia molhada
Agora mais resistentes e profundos
Não apagam tão facilmente,
Sou mais uma nesse mundo
Desumano,
Em pouco tempo sem corrente
Deletam a cultural memória.


E os meus passos?
 Desaparecem novamente.
Onde está a esperança?
Quem doa abraço?
Na sociedade de homens e máquinas,
De  afilhados e corrupção...
Agarro-me a velha cruz,
Dor só sabe quem sente.
Pouso-a suavemente sobre os ombros,
 Em paz, sigo em frente.
Na certeza de que,
O mundo é lindo sem discriminação.


Espere-me, José!
Tão sem rumo quanto eu,
Sou mais uma Maria...
Carrego sozinha minha cria.
E se a esperança encontrar...
Não deixarei as lágrimas afogá-la.
Segurarei a sua mão.
E logo ficarei de pé.
Se ela existe realmente...
Por que se esconde da gente?


                               E.Amorim


                 *imagem inspiradora da web.


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