Caminho, caminho e percebo
Passos que deixaram marcas
Numa areia fria e branca,
Dizem “quem trabalha, alcança...”
Mas as ondas rapidamente apagaram.
Até o vestígio da esperança.
Volto a fazer a mesma trajetória
Novos passos na areia molhada
Agora mais resistentes e
profundos
Não apagam tão facilmente,
Sou mais uma nesse mundo
Desumano,
Em pouco tempo sem corrente
Deletam a cultural memória.
E os meus passos?
Desaparecem novamente.
Onde está a esperança?
Quem doa abraço?
Na sociedade de homens e
máquinas,
De afilhados e corrupção...
Agarro-me a velha cruz,
Dor só sabe quem sente.
Pouso-a suavemente sobre os
ombros,
Em paz, sigo em frente.
Na certeza de que,
O mundo é lindo sem
discriminação.
Espere-me, José!
Tão sem rumo quanto eu,
Sou mais uma Maria...
Carrego sozinha minha cria.
E se a esperança encontrar...
Não deixarei as lágrimas afogá-la.
Segurarei a sua mão.
E logo ficarei de pé.
Se ela existe realmente...
Por que se esconde da gente?
E.Amorim
*imagem inspiradora da web.
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