sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Minha independência

*

Quando acreditei na liberdade
Na quebra de corrente
No fim do colonialismo
E dei “viva” de verdade
Comecei a caminhar para frente
Sair do comodismo.

E a minha independência
Não foi Pedro nem João
Mas vem das mãos calejadas
De trabalhar com decência
Para garantir o pão
Para toda a filharada.

Confesso, já comi do pão
Que o diabo amassou
Já chorei rios de cachoeira
Como um pobre do sertão
Que até a farinha na mesa faltou...
Minha vida não era brincadeira.


Enquanto buscava a independência
Aquela que surgiu de um grito
Encontrava muita corrupção
Parecia que não havia decência
 Mas juro, eu acredito
Na mudança do cidadão.

Mesmo com esse salário minguado
Caminho de cabeça erguida
Labuto de sol a sol.
Vejo um mundo fragmentado
Precisamos encontrar uma saída
Ou faltará peixe em nosso anzol.

A minha independência?
Não a conquistei sozinho
Não veio no cavalo branco
É fruto de uma consciência
Das pedras recolhidas no caminho
E do alisar muito banco.

Hoje vivo a comemorar
Não esperei fim da corrupção
Nem gigante notar formiga
Minha independência? Tive que agarrar.
Foi a minha salvação.
E agradeço tanta mão amiga...
                                                                     E. Amorim



* Antonio Porteiro( imagem disponível na web)

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