domingo, 25 de dezembro de 2016

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Você

Poesia: Você
Autoria: Elisabeth Amorim
Produção: Estudantes do Ensino Médio  do Colégio Estadual Lauro Farani

                                 

sábado, 3 de dezembro de 2016

Casaco de lã




Conto:  Casaco de lã, de Elisabeth Amorim
Evento: Café Literário
Local: Colégio Estadual Lauro Farani Pedreira de Freitas,  Iaçu - BA
Professora responsável: Rosângela Maia
Setembro/2016

domingo, 20 de novembro de 2016

Namorados




                             Adaptação do conto NAMORADOS,  de E. Amorim.

Tempero baiano


Você aparece como um cometa
Ou uma bela paisagem?
Percorre toda a arena
Sem sela nem arreio
Tento agarrar a cauda
Derruba-me,
Foge.
Estava só de passagem.


Olha-me do alto-mar,
Nas ondas que vai e vem...
Inteligente, esconde a face.
Vigia os meus passos,
Sem chances,
Sou  inteligente também
Percebi o disfarce.


O  amor tem cheiro,
(Nunca me engano),
       Sabor,
 Arte & Manha
 Do tempero baiano.


domingo, 13 de novembro de 2016

Solidariedade virtual

*

De repente,  um grito ecoa
Atoa,
Sem direção
Percorre enviesado às ruas,
Praças e jardins,
 locais ermos na escuridão.

“_ Solte-me! Socorro!”
Paro, penso, ouço...
Corro?!
Não quero ser  laçado...
A um grito estranho
Possivelmente,
 saído do morro.
Tento esconder  a  minha mão.

Minha consciência,
Negra?!!!
Não me acusou.
Não matei,
 Não roubei,
Ignorei
O grito que ecoou
Vindo daquela direção.

Estou ligado,
Desligado.
 Não queria me envolver.
Não posso nessa rede virtual
Compartilhar literatura?!
Mesmo negada,
Faz parte da cultura.


Neste palco digital
Exibo, mascaro, idealizo,
 Onde também sou ator,
Em vão tento não ser capturado,
Em vão.
Réu confesso,
Vivo. Realizo.
Compartilho,

E dou asas a imaginação.

                                    Elisabeth Amorim




* imagem faz parte da imaginação... 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Carpe Diem





Obs:  Mais um agrado dos estudantes, fazendo adaptação da poesia "Carpe Diem" de Elisabeth Amorim.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Alazão


Encantado é  um príncipe
De quatro patas, por sinal
É bonito e elegante
Traz uma marca especial
Não aceita sela nem arreio
Não é cavalo de passeio
Como ele não tem igual.

Encantado  tem um defeitinho,
Não gosta de ser  criticado,
Se provocá-lo  leva um coice
 Jogando o infeliz do outro lado.
Então, trate-o com carinho.
Conduza-o com precisão,

  E conquistará esse alazão.

E. Amorim

*imagem da web, apenas ilustrativa.

sábado, 6 de agosto de 2016

Acredite em seus sonhos! ( mensagem)

                          iaçu
Se o mundo disser que não irá conseguir, não acredite. Você assinou alguma procuração para o mundo responder pela sua determinação? Pelo seu esforço e seu investimento?   Seja surdo para as críticas vazias,  não alimente mágoas pois seus sonhos não precisam ser manchados...TRABALHO, DEDICAÇÃO, INVESTIMENTO, HUMILDADE, SOLIDARIEDADE E LUTA são requisitos essenciais para realização dos sonhos.
Acredite em seus sonhos! Trabalhe eticamente em todas as situações,  não pegue atalhos porque para você ascender na vida, não há necessidade de alguém  cair, vocês podem dividir o mesmo palco, o mesmo topo...  Não precisa semear espinhos, pedras,  cacos de vidros ou pregos no caminho pelo qual já passou, pense na volta.  Retorno não é fracasso, às vezes precisamos voltar  trabalhado  para ajudar o outro ou até para fortalecer as estratégias usadas.  Se espalharmos obstáculos para dificultar a trajetória do outro, cairemos nas  próprias armadilhas.
Acredite em seus sonhos!  Dedique-se! Se você concorreu  a prêmio, seleção, vaga  e não obteve a vitória, o que você perdeu?  Lembre-se  de que só perdemos o que é nosso, se não conquistamos é apenas sonho, meta... Então não é perda, mas experiência.  Você ganhou experiência!  Não seja mais um no meio da multidão, mas aquele que se destaca nela pelo que  faz com dedicação.
Acredite em seus sonhos! Invista! Estamos numa sociedade na qual só importa com o primeiro lugar.  Isso vimos em diferentes campeonatos,   time na posição de vice-campeão se recusa comemorar pela medalha de 2º. Lugar.  Simplesmente o sonho é  restrito e outra posição não é vista com brilho.  Numa competição,  a posição ocupada é uma grande vitória, pois muitos não tiveram coragem de chegar até ali, em outros sobram coragem, mas faltam competência.  Chegou até as finais, pule, grite, comemore pelo investimento feito.  Ganhou o primeiro? Parabéns! Ficou na segunda, terceira, quarta? Parabéns! Investimento não é garantia do sucesso, mas é uma etapa para alcança-lo.
Acredite em seus sonhos!  Seja humilde!  Seja solidário! Você não é o centro das atenções.  O seu projeto não é o melhor do mundo. A sua vida não se completa, mas está em construção.  A humildade gera  abraços. E quem sabe um dia, quando você estiver lá no pódio, poderá também retornar para abraçar outras pessoas  num ato de solidariedade   caminhar tranquilamente pelos caminhos da vida pelos quais passou, afinal, dedicou parte da  história  recolhendo as pedras, os vidros,  os pregos... e fazendo de cada obstáculo motivo para fortalecer mais ainda os seus sonhos.
Não há vitórias sem luta, sem persistência. Quando  traçamos algumas metas para nossa vida, o sonhos se realizam, mesmo quando o mundo não acredita naquela possibilidade...Mas, como não assinamos  procuração, deixemos  a terra girar em paz pois a luta de cada um não interfere na ordem dos planetas...

                                                       E. Amorim

*imagem Portal de Iaçu, cidade literária baiana.  Sonho, viu?

domingo, 24 de julho de 2016

Oposição

toscana girassois

Em mundos iguais, somos diferentes.
Eu quero cantar, dançar...
Você usa fones ao ouvido.
Disparo a conversar,
Você finge que não é contigo.

Amo salada com azeitona.
Bebo suco natural
Você gosta de fritura, churrasco, macarronada.
Evita caminhada matinal.

Fazemos oposição,
 Leio romance e faço novela;
Você assiste a televisão
E deixa a vida passar pela janela.


Você me oferece um jardim,
Escolho uma única flor
Porque  para mim
Especial  é escolhida com amor.

Você corre da chuva,
Eu quero me molhar
Não faço promessas,
Porém, você vive a quebrar...

Opostos até  no colchão...
Você deita e dorme imediatamente,
Sem espaço ao seu lado, 
Crio filmes, faço versos da nossa oposição.

 E.Amorim


quinta-feira, 21 de julho de 2016

Às vezes...


A vida coloca-nos lado a lado.
Às vezes, estamos em posições opostas,
Mesmo assim, seus olhos me seguem.
Do outro lado do muro.

Sim, erguemos alguns muros,
Protegendo-nos não do outro,
Acorrentamo-nos para não sofrer...
Sofrendo. Vivendo.

Sinto que gostas de mim
Evitas olhar nos meus olhos
E encontrar um fim...


Verdade, às vezes
a dor surge  tran   qui   la   men   te,
 Apenas para as correntes... não mentes. 
                                                         E.Amorim



sexta-feira, 1 de julho de 2016

Abrigo


Procuro a tua mão estendida,
Observo praças, ruas, jardins
Eras surreal ou...
anjo querubim?
Perco-me  na busca
Foge a  convicção,
Companheira é a solidão.
Triste partida, sem adeus,
sem aperto de mão.


Encontro as ondas do mar.
Oferecem-me abrigo.
Mergulho,.
Descanso
profundamente nas minhas ondas,

Desfruto a paz.
em paz.



E.Amorim










quarta-feira, 22 de junho de 2016

Ao som da sanfona


De repente sou incomodada pelo barulho,
Quadrilha na praça!
Forró arrasta-pé ao som de uma sanfona,
Não preciso  sair de casa para participar
A festa chega até aqui, indiscreta.
Em meus ouvidos pega carona.

Tento concentrar-me,  nada.
O cheiro de acarajé invade o meu nariz.
 Parece animado o forrozão,
A sanfona é abusada...  não para de gritar.
Desisto,  e rendo-me a esse barulho sem cessar,
Comemora-se o São João.
Num período caótico do país
Onde a palavra da moda é corrupção.
Ouço agora: “É proibido cochilar!”

Como posso dormir, então?
Ouço um  Rio  gritando: - Socorro!
 A Cidade Maravilhosa em colapso,
Estamos vivendo um momento de recessão.
Com olimpíadas de lá e  de cá o São João,
Precisamos dessa sanfona,
Esquecemos problemas do morro...
Panelas a procura  do feijão,
Se a sanfona parar, o trio elétrico invadirá a festa.
 Carnaval sem  educação?!



sábado, 11 de junho de 2016

Meu Amorim (homenagem)




Tantos anos de união,
  Eterno namorado, amante, companheiro,
Tenho guardado com carinho,
Os frutos da nossa paixão.
Quantas tempestades já passamos?
Amigo, amor, irmão...
Ao meu lado em qualquer direção.


Meu Amorim, 
 Grande amor em mim.
Fomos feitos um para o outro,
Sabes quando estou triste ou alegre,
sorrindo ou chorando...
Consola-me.
Conhece-me como ninguém.
É contigo que tenho abrigo.
E ao teu lado me sinto bem.


Meu maior presente, Deus me deu:

Você!

   Elisabeth Amorim



Soneto da desilusão


Não negue! O momento foi  intenso,
Guardo na memória,
Cada detalhe, palavras ditas, pensadas,
Silenciadas por seus beijos.


E pensar que tudo não passou de ilusão.
Desastrosa  a nossa separação,
 Acreditei em contos de fadas.
Mas, só conheci monstros, vampiros...  restaram  o quê?


Um amor sem a reciprocidade.
 Só  sente quem conheceu a Dona Saudade.
Eu sem você.

Às vezes, te via  sorrindo,
Entregando-se a outra  por inteiro,
Fiquei apenas com a metade da noite sem lua.

                                                    E. Amorim


*imagem apenas ilustrativa e inspiradora.




Feliz Dia dos Namorados!





terça-feira, 7 de junho de 2016

O homem que aprendeu a amar (cordel)

*

Dizem as más línguas
Que havia um homem muito durão,
Caprichoso e intolerante,
Brigava por qualquer situação.
Mas por onde passava,
Nenhuma tampa sua panela aceitava.

Tentar encontrar uma parceira
Era coisa fenomenal.
Pois por conta do gênio difícil
A mulherada aproximava, porém passava mal.
Despedia-se e bem depressa fugia,
Enquanto o homem nunca sorria.

Dizia que toda  mulher era chata,
Criadora de problema certeiro,
No entanto, nunca se preocupava
Em fazer uma autoanálise primeiro.
E sua vida a passar,
Sem uma boca para beijar...

Sem praticar o abraço,
Esqueceu como  abraçar
Sem praticar o beijo,
Esqueceu como beijar.
Só não se esqueceu da antiga namoradinha,
Que o abandonou por causa de uma briguinha...

A saudade bateu,
Mas o homem  arrogante
Dizia que ele sozinho se bastava,
Não precisava de mulher ignorante.
Ele não percebia o drama pessoal,
Vivia enjaulado e  rosnando  como animal.

A choradeira do homem,
Incomodou a vizinhança,
Pois todos o conheciam
Como um homem seguro e de confiança.
Mas a sua lamentação,
Merece  a transcrição...

“_ Mulher boba, me deixou,
Agora fiquei na solidão
Só porque fiquei nervoso,
E dei  apenas aquele empurrão...
Tapa de amor  não dói para valer.
Precisava a polícia me prender?


Depois de pagar fiança
Ainda fui fichado
Por bater numa mulher
Esse ser lindo e abençoado.
Agora que devo fazer?
Para de novo voltar a viver...

Confesso, o bobão sou eu
Que nunca a valorizei
Deixei o meu egoísmo falar alto
E da minha vida  a expulsei.
Aqui estou a confessar
Serei outro homem se ela voltar.

Vou cobri-la de amor.
Enchê-la de carinho
Livrarei dessa dor,
E em seu ouvido direi baixinho...
Não me deixe tão sozinho!


               Se ela voltar para mim
               Amarei a noite inteira,
               Para que ela  nunca sinta falta,
               Do nosso sexo de primeira.
               E se ela duvidar dessa minha paixão,
               Darei  rosas, margaridas, cravos...de montão."

                                 E.A.




 *apenas ilustrativa. 

domingo, 5 de junho de 2016

Recadinho do Sol


As estrelas brilham de amor,
Formando casais românticos do céu.
Enquanto a Lua cheia
de problemas, minguava.
Apaixonou-se pelo Sol.
Nunca se encontravam.

O Sol também era apaixonado pela lua,
Temia não ser correspondido.
Lua Nova!  Esperança de um dia se encontrarem.
Sol inteligente e romântico,
Queria  no céu arranjar um cupido.

  É tempo de amar.
O destino traçou as  linhas tortas,
Vivo o dia para brilhar.
À noite, ela a encantar.
Sol confabulou com as nuvens
E finalmente resolveu se declarar.

A Lua minguante,
Definhava de cabeça baixa,
Vigiando os namorados com inveja,
Tornou-se reclusa durante o dia,
Porque não se sentia importante.

Lua crescente de amor.
Só olhava para o chão,
E não viu o que o Sol produziu
A mais bela declaração...

Mas um vento forte no caminho,
Desfez as nuvens de algodão
              E o sol se pôs...
              Deixando no céu o recadinho.


              As nuvens em coração,
              Esse o vento não carregou.
              E a Lua perdeu a chance
              De extravasar sua paixão. 

                                           E. Amorim

                  
                          Feliz Dia dos Namorados!

               até 12/06 só romantismo...
             
              
   



sexta-feira, 3 de junho de 2016

A chuva (soneto)


A chuva rompe nosso silêncio.
Chove também dentro de mim.
A água lava a calçada vazia.
A noite parece não ter fim.

Nossos corpos unidos,
Nenhuma  promessa nem aliança,
Um momento fugaz na memória,
Que doce lembrança.

Um amor sem barreira,
Numa noite de chuva,
Viver a vida inteira.

E a chuva passou...
Limpou todos os vestígios,
Da nossa noite de amor.


segunda-feira, 30 de maio de 2016

Passos firmes para ser feliz ( mensagem)

                                       
*

Lendo uma mensagem recebida de uma amiga, resolvi do meu jeito socializá-la para um público maior. No entanto, sem plagiar, mas apenas citá-la como inspiradora. Ela diz sobre os empecilhos encontrados para  não ser feliz, e um dos mais usados é  condicionar a  própria felicidade  a do outro.  Só somos felizes se... Se?! 
O texto discorre sobre o segredo da felicidade, através de uma palestra onde uma mulher acompanhada do esposo ao ser questionada se ele a faria feliz,  ela responde tranquilamente que não, pois a felicidade dela não poderia estar condicionada às ações do esposo. Ele não teria que carregar esse peso porque ela era feliz porque escolheu o caminho da felicidade, mesmo havendo outros a sua escolha.  E ela explica  que as rédeas da felicidade  não poderão ser transferidas para outros. Da mesma forma era o seu esposo, mesmo ela sendo uma boa mãe, esposa, amiga, companheira... se ele não aceitar ser feliz, ele não será.
Bem, na vida temos caminhos, escolhas, assim, seguir esta ou aquela direção é interessante, responsabilizar-se pelos próprios atos. Ser feliz é um estado  de espírito opcional, podemos nos entristecer com alguns problemas, mesmo sendo uma pessoa feliz.  Mas, os aborrecimentos são passageiros, não podem ser transformados em fardos. Há pessoas que basicamente tem tudo para ser feliz: saúde, amor, família,  amigos, dinheiro, poder... mas o  mau humor, a insegurança, a inquietação, o egoísmo invadem o ser, e  a felicidade escapa.    Condiciona a felicidade a um “se”. Viva o seu amor! Viva o seu momento! Viva a sua família!  Entregue-se ao prazer de ser feliz. Não temos o controle do tempo, por que muitos se prendem no “até quando?” 

O ser humano é imprevisível, por isso vive numa busca constante de uma felicidade vista pela janela alheia.  "Se eu tivesse a vida que fulano tem eu seria feliz..." Será?  Talvez,  se tivesse  a mesma vida, você já estaria desejando outra. "Se aquela pessoa me amasse", talvez não bastaria, pois outras condições seriam  criadas,  e o “se”  voltaria para o mesmo ponto, sabe por quê? "Se eu passasse naquela prova..." A  felicidade é tão pequena que irá depender de um resultado alheio a sua vontade?! Há uma transferência de responsabilidade, percebe?  No dia em que você parar de transferir o direito à felicidade para outro, a vida mudará.

A felicidade está dentro de cada um. Caminhar em direção a ela, mesmo com os olhos vendados, é certeza da sua presença, por isso mantenha passos firmes, sempre.  Não precisa condicioná-la às ações alheias. Mas, as suas próprias ações.  Aprenda a valorizar cada conquista, grande ou pequena, aprenda a amar-se com seus defeitos e qualidades, só assim você não buscará essa perfeição no outro.  Seja você o grande responsável pela sua felicidade! Os outros irão te acrescentar para que ela aumente ou diminua, mas ninguém poderá ser tão importante  para você a ponto de roubá-la . 


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Ressentimento ou amor? ( Reflexão)

*

As pessoas ressentidas nascem e morrem lentamente todos os dias. Acredito que o renascimento se dá quando elas conseguem levar um grupo pelo mesmo caminho da destruição. Alimentando ódio, problema, traição ou  injustiça que só aconteceu na própria mente, mas transfere para o outro como forma de aliviar a própria consciência.
E de repente surge uma corrente de revoltados e revoltosos com o quê, mesmo? Qual é a causa da dor? Quem lhe feriu a ponto de não ser esquecido ou esquecida?  Vamos para a terapia do espelho? Esse é o exercício mais eficaz para cura dos  ressentimentos... Pelo menos eu resolvo assim, confesso... É um ato de coragem: Rememorar o que o outro me fez que me prejudicou e de que forma eu devolvi (devolvo e devolverei) a suposta traição, injustiça, seja lá o nome dado para alimentar o  meu ressentimento.
Ah, sou ressentida(o) porque fui traída(o)... Sou ressentida(o) porque ele(a) cometeu uma injustiça comigo... Sou ressentida(o) porque o meu amigo ou minha amiga não gosta dele(a)... porque... por quê?  Gente, são desculpas frágeis para  espalhar aquele sementinha estragada que conservo na memória. E o que você fez? Aliás,  o que você continua fazendo para prejudica-lo(a)?  Você notou que a sua suposta dor é no passado, mas as  suas ações para vingá-la continuam no presente e  se estenderá para o futuro? Quem tem mais motivos para ficar triste com o reflexo das atitudes tomadas?  Você ou quem você persegue? Como disse, esse exercício é um ato de coragem.
Se cada um de nós pegarmos o nosso bloquinho para anotar de que forma  é justificado os nossos atos, ficaríamos envergonhados do já fizemos em nome do “ressentimento”. Porque o que alimentamos como ressentimento, geralmente, não passa de uma fantasia que criamos e projetamos no outro para justificar o injustificável.

Já guardei muita mágoa porque tinha  o costume de olhar para o retrovisor e enxergar apenas os obstáculos na  pista, meu foco era os problemas. Quando vi que em cada caminho tive o livramento divino e pessoas me encorajando a levantar, estendendo-me a mão, a minha dor desapareceu completamente. Sinto-me curada, o amor me salvou.  Mesmo porque independente do  humor, caráter de alguém,  há um  sol  que todos os dias nasce, brilha e ilumina a todos. 
Tire a mágoa do seu coração, deixe o amor entrar de mansinho... o amor cura todas as nossas feridas.
                            E. Amorim



* imagem da web.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Obrigada, Rubem Alves!

                  

Hoje quero homenagear esse grande professor mineiro, de Boa Esperança,  chamado Rubem Azevedo Alves (1933-2014), teólogo, tradutor, pedagogo e escritor brasileiro. Morreu discretamente, sem os holofotes da mídia,  deixando um legado para os profissionais da educação.  Este espaço é pequeno para sintetizar as suas contribuições, mas, percebi esse débito com esse professor-escritor, por isso essa página. Peço licença aos meus leitores, ávidos pela literatura baiana, mas que tal um mergulho na fonte cristalina de Rubem Alves?
Primeiro texto que trago a tona é “Política e Jardinagem”, numa inspiração soberba, Rubem Alves mostra a distinção e o compromisso de cada elemento desses setores, que se unem quando colocam o amor e o bem da coletividade acima dos desejos pessoais. Ao fazer alusão ao papel do escritor na vida política de uma sociedade, diz: “O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade.”
Quanta sabedoria!  Rubem Alves diz que a literatura poderá modificar uma cidade, dependendo da vontade política. Ao comparar o político com jardineiro é porque o investimento literário se volta como flores e todos ganham: comércio, turismo, cultura, educação... Alguém se lembra de Ilhéus sem a marca de Jorge Amado?  Geralmente, nem conhecemos a historia de vida do jardineiro, mas as flores plantadas por ele são vistas à distancia.
Outro texto desse grande escritor é “Se é bom ou se é mau...” Ele apresenta uma lição de vida. Fala numa linguagem simples e direta para seguirmos adiante, não engessarmos diante dos obstáculos.  Ele clama para não se lamentar por fatos que aborrecem e modificam a trajetória. Por quê?  Aquele fato que nos pareceu mal, poderá nos causar um bem mais adiante. E ao longo do texto narrativo, diante de acertos e desacertos ocorridos a frase se repete: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá...
E não poderia ficar de fora desse mergulho a crônica que mostra a tentativa de domesticação que muitas escolas se submetem a fazer com seus alunos,  titulo: “ Os grandes contra os pequenos”. Texto simples, conta a história de uma criança que fica horas tentando decorar o que diz o livro didático, para escapar da avaliação ( te peguei!), enquanto o que ela tem a dizer não é  ouvido nem respeitado.
Ao reler essa crônica de Rubem Alves, lembrei-me de uma situação que presenciei há algum tempo, uma mãe constrangida porque sua filha de 11 anos estava angustiada por conta da avaliação que faria de acordo com um livro literário adotado.  A cada parágrafo lido, diante de algumas cenas de sexo, a menina questionava a mãe: “Minha mãe, o que é mostrar...?” “O que é...?” E mãe, olhava-me, pedindo socorro.
Falando em socorro, nas “escolas gaiolas e escolas asas” que esse grande escritor nos revelou, de certa forma, um convite aos profissionais da educação para olharem, não para as escolas, mas para si mesmos. Porque escola é um conjunto que não pode ser vazio. E a pergunta é: As minhas práticas pedagógicas aprisionam ou libertam  meus alunos?   
Como disse, são inúmeras contribuições de Rubem Alves que sacodem as  nossas frágeis bases. No entanto, uma das lições que unir à minha prática pedagógica é justamente sobre a escuta sensível. Isso porque “toda fala só é bonita quando nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina...”  Dizer o quê?  Depois de Rubem Alves tornei-me uma profissional melhor. Pelo menos me esforço para ser.
E lembro-me de uma ação que cometi há muito tempo, no início da caminhada pedagógica, mas até hoje me envergonho da minha falta de sensibilidade. Havia marcado uma avaliação e avisei que faria a segunda chamada só mediante um atestado médico.  No dia da prova, uma ausência. Um aluno bom da zona rural faltou.  Aquilo me aborreceu, pois teria que elaborar nova prova. Na aula seguinte, ele veio se justificar, antes de ouvi-lo até o final, cobrei o atestado médico. Ele com os olhos marejados, respondeu baixinho e amedrontado como se tivesse diante de um gigante: “Posso trazer a certidão de óbito de minha mãe?” Choramos juntos. E nos tornamos grandes amigos, e eu, mais humana.
 Confesso, essas crônicas funcionam como um “puxão de orelhas” às minhas práticas pedagógicas arrumadinhas e inquestionáveis. O que ensino e o que aprendo com meus alunos?  O que é educação sem essa  re-visão? Sem tecer cada fio para conectarmos uns aos outros num sentido somatório e não excludente.  
De tudo que aprendi com Rubem Alves o mais marcante resumo aqui: avalie seus alunos exatamente como você gostaria de ser avaliado por eles.  Se após essa reflexão continuar satisfeito com o resultado, parabéns!

                                                                                    Elisabeth Amorim/2016

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Nova chance ( mensagem)


          De repente essa vontade de cantar, dançar, gritar para o mundo essa nova chance, nova chance para ser feliz. Cada dia é assim, ou você agarra as oportunidades de mudança pessoal ou deixe-as passar, desaparecer das suas vistas, restando-lhe apenas um passado como um pacote de ressentimentos e mágoas. E a felicidade vai escapando... escapando...até torná-la utopia para você.
         Descobri que não quero me prender a ressentimentos, mágoas, nem tristezas. Elas marcam nossa pele como cicatrizes. A vida é tão curtinha, cheia de momentos fugazes! Nada de arrastar correntes, alimentar o que danifica o corpo e a alma e aumentar as cicatrizes. E hoje passei um bisturi, limpei toda a pele, e diante do meu espelho, limpei também a alma. Quero mais é ser feliz!
         Por isso agarrei a uma nova chance para recomeçar. Caminhar tranquilamente sem medo de cometer os mesmos erros do passado. Construir, não mais castelos na areia, mas na rocha. Não quero pensar nas injustiças sofridas e cometidas, mas no quanto posso ser justa de agora em diante. Quero deixar o amor habitar em meu coração. Invadir todo o meu ser para expulsar todo e qualquer sentimento negativo que ousou invadi-lo sorrateiramente. Estou livre! A felicidade me agarrou!
      Se você quiser viver em paz, faça essa faxina em seu coração...
      Não condicione a sua felicidade, alegria ou satisfação à ações de outros, esses sentimentos são conquistas pessoais e ninguém poderá lhe roubar. A felicidade está dentro de você e não fora. Ela escapará pelas brechas se você deixar!
      Quantas pessoas foram/jogaram pedras no caminho? Incrível! Só recordamos com carinho das que nos ajudaram a prosseguir. É importante trazer à memória o que faz bem e gera esperança. Aprender que o mais importante não é cair, mas levantar-se e seguir. E quantas pessoas boas, éticas, solidárias cruzam o nosso caminho? Inúmeras. E é essa certeza de que o bem muda histórias, fez-me abraçar a nova chance.
                                               
                                                                     Elisabeth Amorim

sábado, 7 de maio de 2016

Se a esperança encontrar...

             
*

          Caminho, caminho e percebo
Passos que deixaram marcas
Numa areia fria e branca,
Dizem  “quem trabalha,  alcança...”
 Mas as ondas rapidamente apagaram.
Até o vestígio da esperança.


Volto a fazer a mesma trajetória
Novos passos na areia molhada
Agora mais resistentes e profundos
Não apagam tão facilmente,
Sou mais uma nesse mundo
Desumano,
Em pouco tempo sem corrente
Deletam a cultural memória.


E os meus passos?
 Desaparecem novamente.
Onde está a esperança?
Quem doa abraço?
Na sociedade de homens e máquinas,
De  afilhados e corrupção...
Agarro-me a velha cruz,
Dor só sabe quem sente.
Pouso-a suavemente sobre os ombros,
 Em paz, sigo em frente.
Na certeza de que,
O mundo é lindo sem discriminação.


Espere-me, José!
Tão sem rumo quanto eu,
Sou mais uma Maria...
Carrego sozinha minha cria.
E se a esperança encontrar...
Não deixarei as lágrimas afogá-la.
Segurarei a sua mão.
E logo ficarei de pé.
Se ela existe realmente...
Por que se esconde da gente?


                               E.Amorim


                 *imagem inspiradora da web.